Este projeto transversal beneficia todos os cidadãos sem excepção: crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, comerciantes, chefes, transeuntes da via pública, visitantes e cidadãos comuns. Qualquer habitante com interesse a trabalhar na sua autossustentabilidade através da criação dum sistema alimentar local, participado e transformador do espaço urbano em espaço de vivência e de alimentação através da recuperação, valorização e transformação de espaços públicos, que possam estar atualmente sem maior utilização, em espaços de acolhimento à produção agrícola comunitária.
Realização de um levantamento de espaços existentes que, por via de floreiras, caixas e vasos, sejam passíveis de transformar em micro locais de produção agrícola comunitária. Este levantamento será realizado pelo município, que poderá contar com a colaboração de interlocutores e grupos de cidadãos locais de cada freguesia. Depois de concluído o diagnóstico, serão discutidas as potencialidades de cada espaço e serão abertas as inscrições dos interessados em plantar e cuidar as pequenas hortas em floreiras, caixas e vasos, horizontais e verticais. A implementação e dinamização destes espaços públicos em comunidade servirão também de incentivo para a população recuperar o cultivo em espaços privados (quintais, varandas, canteiros e terraços). Esta proposta enquadra-se no âmbito da área c) Ambiente, mas está diretamente relacionada com outras competências e atribuições da autarquia como sejam a Acção Social, Educação (o processo formativo), Cultura e Turismo. Este trabalho da terra e para a terra prevê intervencionar zonas na via pública e cultivar ao todo cerca de 60 000 exemplares, entre sementes / plantas / arbustos / árvores em todo o concelho. Serão adquiridas floreiras, alfobres, vasos, caixas, regadores, composto, adubo biológico, ferramentas, sementes, plantas, arbustos e árvores de fruto (exemplo: leguminosas, horticolas como tomateiras, abobreiras, cenouras de pau roxo, etc, plantas aromáticas, oliveiras, romãzeiras, parreiras) a serem distribuídas pelos interessados e plantadas/semeadas nas floreiras e vasos ao longo de todo o município. Para a capacitação das pessoas estão planeadas oficinas e sessões de formação e sensibilização sobre planificação e cultivo em modos de produção agroecológica (variedades tradicionais, técnicas e práticas ambientalmente sustentáveis ). Serão também trabalhados os temas do desperdício alimentar, compostagem de resíduos, da eficiência hídrica, pegada ecológica e alterações climáticas, da alimentação saudável e do estilo de vida mediterrânico. Os recipientes, floreiras, caixas e vasos, poderão ser construídos com materiais vernaculares, ou outros reciclados, decorados por artesãos locais (sujeito à contratação pública). Todos os participantes serão acompanhados e sensibilizados quanto ao cultivo de alimentos, num intercâmbio de troca de saberes rurais – urbanos. Esta rede de jardins alimentares irá fortalecer o sentido de comunidade, valorizar espécies e paisagem mediterrânica, possibilitar o reforço do sistema alimentar nas famílias, resgatar formas de convivência e estilo de vida da dieta mediterrânica, fomentar hábitos de alimentação saudável, promover a autoestima de cada cuidador de sementes e dos jardins alimentares públicos e do município em geral, uma vez que o turismo agro ambiental será reforçado – Tavira, o concelho dos jardins alimentares.